quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Na tua ausência, te roubo um beijo. Te mancho de batom. Na tua cama, faço amor com teu fantasma. Não há velas. Quero velas! Vou buscá-las... Incendiar seu quarto. Onde guardam as velas na sua casa? Por que pergunto? Se eu não sei, imagine você. Sorriso. Sou riso. Porque não posso acender velas. Velas são pros santos. E santos não riem. É noite. É tão tarde. Estou nua. Há uma luz aqui. É o teu computador. Num gesto de incentivo, ele pisca pra mim, me incita. Ingênuo e inerte, você nem pisca. Me excita. Vamos dançar. Não há velas, mas há fogo. Chamas. Tu. Me chamas. Eu vou. Eu voo. Sorris. Só ris. As palavras se camuflam nas roupas espalhadas pra nos ver fazer amor. E desfazer amor, só pra fazer de novo. Mais rápido agora. Mais molhado agora. Mais dentro agora. Mais... Ai... Agora! Até que eu já não te vejo. Me desfiz com o fantasma na fumaça. Onde estamos? Não há espelhos aqui. Cadê minhas fotos? Quero vê-las! Vou buscá-las... Restituir pedaços. Onde guardam as respostas na sua casa? Procuro, divago, te trago. Você me olhando. Ou o fantasma. Às vezes não os distingo. Não sei de qual gosto mais. Ele tira minha roupa mais devagar, mas seu gosto é mais salgado. “Seu” gosto é o gosto de quem? Dele ou o seu? O teu! Uma letra diferencia, te faz parecer mais substancial, te dá uma dose a mais de sal, mas é ele quem não se cansa de mim. Vamos morar juntos, transar todos os dias, ele acaba de me dizer baixinho que é só depois do gozo que se faz amor.


segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013


Se você não me amasse nem gritasse pro mundo ouvir
E se você não sofresse ao dizer “tenho que ir”
Se não me chamasse baixinho pra só o silêncio escutar
Se não trancasse a porta pra só ele te ouvir chorar
E se de repente a vida fosse pra sobreviver
Se não tivesse sorrido quando meus pés brincaram com os seus
E se não se indignasse ao me ouvir dizer “adeus”
Poderia não ter chorado no instante em que me abraçou
Ou então não ter tremido ao me ouvir dizer “amor”
E se de repente a vida fosse pra sóbrio viver?

Tenho que ir
Adeus
Amor