sábado, 17 de maio de 2014

(...) Mas um punhado de dias se arrastou sem qualquer permissão minha. Era preciso viver, ainda que sem vida. Era preciso estar acordada a maior parte do dia. Foi num desses momentos, numa noite de luzes bonitas, num sarau chamado "Inspire", que um moço e sua aparição devolveu-me a inspiração. Veio à mesa onde eu estava cumprimentar meu amigo do lado, com um sorriso tão grande que tive vontade de botá-lo na boca só pra saber que gosto tinha. Eu não podia conter o olhar-fascínio, que o seguiu até vê-lo sair de perto. Impossível ter esquecido aquele rosto visto algum tempo antes em algum lugar qualquer. E era o mesmo que há poucos minutos havia me encantado com seus versos no mural, bem ao lado dos meus. Minha poesia e a dele, na mesma parede. Que bela coincidência. Eu não resisti à vontade. Fui ao seu encontro, elogiei seus versos e ofereci meu melhor sorriso, que se derreteu à sua reação. Foi assim que começou essa história, em dezembro do ano passado. Realmente não esperava encontrar alguém que superasse tanto qualquer ideal, e ainda hoje fico incrédula com tal capacidade. E eu? Eu já não ouço músicas românticas. Não escrevo mais poesias. É como se eu nem fosse a mesma menina encantada de antes, sabe... Aquela que em tudo via o rosto amado. Mas há algo que eu não posso evitar, e olhe que eu tentei: O amor. Eu poderia dizer o porquê, mas pra qualquer um que o conheça, que tenha cinco minutinhos perto dele, os porquês são todos óbvios. Os motivos de amá-lo pulam aos nossos olhos. Se cinco minutos teriam sido suficientes, imagine o que se passa aqui dentro agora.

Durante esses cinco meses em que segurei sua mão, fiz de tudo pra conter essas três palavras. Eu fugi delas como o diabo da cruz. Como se meus olhos não te gritassem isso o tempo inteiro. Como se os seus não tivessem o poder de me desnudar a alma, simplesmente ao tocar-me de leve.

Não há o que fazer...
















Eu amo você.




http://www.youtube.com/watch?v=U7E5nlHrGII