Hoje foi um dia de abrir os olhos e ficar triste. Gosto de usar o "foi", acreditar numa mudança qualquer. Ainda há dia, ainda é tempo. Não pra nós. Eu sei. Já era de se esperar, não? Não era de se entender? "Um ano!" Um ano daquele sorriso, um ano daquele abraço, um ano de nós e eu ainda não encontrei as palavras. Uma espera. Toda uma espera que deságua e nada. Acho que eu preferia ter estado sóbria. Mas não sei como reagiria. Foi mais fácil assim. O abraço, o "eu te amo demais", e as bobagens ditas que pairavam no ar sem eco ou vida. Tudo de um lado só. Do lado de cá. Era você ali mesmo, meu amor? Eu sei, não queres ser meu amor, mas és. Era você, que já não guarda um sorriso pra mim. Do pouco que me lembro de ontem, ficou quase nada... Alguma certeza de não ser querida. E aquele sonho de perdão parece se desfazer como um punhado de cinzas que o vento leva.
Acaba por doer. Ainda me lembro que assim escolhi. Que sangre.