quarta-feira, 24 de abril de 2013
sexta-feira, 19 de abril de 2013
Olha, meu amor
Continuo te traindo
E ainda assim te peço
Me deixe te ver dormindo
Mamãe me deu de tudo
É isso que me revolta
Por mim, ela vai embora
E você, se puder... Volta?
É só você chegar e eu fico em paz
Mas se você se afasta
Ancoro o barco em outro cais
Amor, se olhares bem
Verás que só faço mal
Por que olhaste pra trás?
Doce estátua de sal
Continuo te traindo
E ainda assim te peço
Me deixe te ver dormindo
Mamãe me deu de tudo
É isso que me revolta
Por mim, ela vai embora
E você, se puder... Volta?
É só você chegar e eu fico em paz
Mas se você se afasta
Ancoro o barco em outro cais
Amor, se olhares bem
Verás que só faço mal
Por que olhaste pra trás?
Doce estátua de sal
domingo, 14 de abril de 2013
Ah, se eu te beijo agora
Dorme comigo essa noite, eu pago o táxi
Dorme comigo essa noite, eu pago o preço
Manda esse velho falar comigo que eu resolvo
Ei, pula da janela e dorme comigo essa noite
Mas Ellen, Ellen, Ellen…
Diga oi pra eu poder chorar
Porque teu nome é quase um mantra e tua voz é uma canção
E existe aí a possibilidade
De seres a mulher que meu destino escolheu
02/10/2012
quarta-feira, 10 de abril de 2013
Eu sempre tentei agradar minha mãe e o auge da frustração
foi quando ela tentou impedir que eu fosse a única coisa que eu realmente sabia
ser: Homossexual. As pessoas costumam dizer que sou bi, mas eu não me intitulo
assim, quero ser levada a sério. A verdade é que homens me atraem numa
proporção quase igual às mulheres, mas com elas eu me sinto mais segura. Minha
mãe me levou a vários psicólogos. Ela jura que minha orientação sexual está
diretamente ligada ao fato de ter sido estuprada aos 11 anos. Isso não é
verdade. Eu já sabia que gostava de meninas antes disso e, sinceramente, não
ligo se ela acredita ou não. Mesmo assim, não vou mais a psicólogo algum. Não
faz sentido falar sobre aquele episódio horrível a essa altura. Sabe? Eu
demorei anos pra me livrar do transtorno de pânico causado pelo trauma e, não
obstante, os psicólogos acham que falar sobre o assunto vai me fazer bem a
longo prazo. Foda-se o longo prazo. Não me sinto mais infeliz ou azarada que
ninguém por levar a vida que levo. Uma em cada três mulheres serão violadas
durante sua vida. Todos nós nos drogamos de algum modo. E todos nós vamos
morrer também. São três da manhã e eu estou com frio. Sinto falta de quando a
Fernanda dormia comigo. A essa hora, estaríamos lá em casa, cheirando cocaína e
fazendo amor. Mas isso já faz três meses. O tempo cronológico passa rápido e
agora eu estou na casa de um semi desconhecido, sem dinheiro pra comprar o pico
e Petrúcio está com fome. Petrúcio é o meu cachorro. O dono da casa se chama
Julio. É um cara legal, me ajudou pra caramba. Sinto-me mal por não ter como
pagar essa dívida. Ele tem dinheiro e a geladeira é convidativa, mas prefiro
passar fome. Não saí de casa pra depender de homem. Muito menos de um semi desconhecido. É lamentável iniciar uma amizade nessas circunstâncias. Fico
constrangida o tempo inteiro, como se nós dois tivéssemos interesses velados.
Faço o possível pra ele não achar que quero seduzi-lo numa tentativa de
permanecer mais tempo aqui. Ele insiste em dizer que está mais feliz desde que
eu cheguei. É complicado, porque eu realmente não tenho pra onde ir, mas receio
que ele ache que pode ter mais de mim... Essa situação não vai se sustentar por
muito tempo. Quero me mandar daqui o mais rápido, só não sei como. Já pensei em
virar puta, mas nunca em voltar pra casa. Foi só quando começou a chover na madrugada
do meu aniversário e eu achei que era álcool o que caía do céu, que percebi do
que minha abstinência é capaz. Nessa noite brilhante, eu e Julio fizemos sexo
quase selvagem. Nós nunca tínhamos tido qualquer tipo de contato íntimo, mas eu
estava inconsequente e agressiva demais pra me importar com esse tipo de coisa.
A casa não demorou muito a cair. Acordei e vi uma rosa e um bilhete em cima da
cama. “Feliz aniversário!” Me vesti e saí do quarto, torcendo pra não esbarrar
com ele na sala, mas isso aconteceu. Agradeci com um breve sorriso e fui
embora. Ele abriu a porta atrás de mim, perguntando se a noite de ontem não
tinha significado nada. Fechei os olhos mas não pude evitar por muito tempo o
encontro dos olhares. O meu, atordoado. O dele, irredutível. Exigia uma
resposta. Foi aí que tudo desandou. Minha reação foi dizer que era melhor eu
sumir. A dele, dizer que devíamos ficar juntos. E que estava gostando de mim.
Admirei sua coragem. Definitivamente, não a possuía. Repliquei que não achava
que fizesse muito sentido iniciar um relacionamento com uma pessoa casando-se
com ela. Ele riu-se e, com desdém, disse que o resto da minha vida também não
fazia. Exatamente como eu previa, uma noite de intimidade transformou nossa
relação irreparavelmente. Eu chamei o elevador. Ele entrou em casa, claramente
impugnado. A salvação pra esse dia de merda é que era o meu aniversário e, por
isso, nada mais justo do que ser presentada com maconha, álcool, doces e tudo
que eu tivesse direito. E não demorou muito pro Ian me ligar. Foi bom chegar ao
circo e ver meus amigos. Abstrair. Estava com tanta vontade de fumar que quase
não notei a Fernanda de vestidinho se equilibrando no monociclo. Ninguém me deu
os parabéns e eu esperei que a bendita surpresa começasse logo. Fiquei na minha
e, por sorte, não demoraram muito com a brincadeirinha. Bolo de maconha e
cerveja liberada! Às vezes, nós parecíamos uma família.
sábado, 6 de abril de 2013
Se minha primeira reação não foi racional, se eu tinha que ir e escolhi ficar... É porque, provavelmente, tocou no coração. E quando você fecha os olhos e suspira por uma fração de segundos, o tempo para pra eu contemplar a beleza do acaso. Podia não ter sido, mas foi. Poderia vir a ser, mas não será. E é isso o que significa a expressão "felizes para sempre". Nós, que quando pesarmos os prós e contras, vamos desistir dessa maluquice frustrados, fomos felizes para sempre no momento em que sorrimos ao vermos a imagem que refletia no espelho quando crianças. É irônico porque eu não esperava encontrar alguém tão bonito quanto minha infância em meio a tanto vazio. Mas a vida não liga pro que espero ou desespero. Ela te trouxe e vai te levar como bem entender. É por isso que eu te olho tão devagar. Da primeira vez seus traços se perdiam na memória, mas desde ontem seu rosto está perfeitamente desenhado na minha frente. E não tem sacudida de cabeça que te dilua na realidade da ausência.
quarta-feira, 3 de abril de 2013
segunda-feira, 1 de abril de 2013
Esperança minguante
Oh, lua, não me olhes tão tristonha desta fresta de janela: Eu também estou diminuindo um pouco a cada noite.
Assinar:
Postagens (Atom)