Hoje não. Estamos cansados, não vamos à luta. Sob efeito da
droga ou da tristeza, você chora, eu choro, nos vemos morrer e não ouvimos
qualquer ruído que indique que não é isso o que queremos. Por fim, perdemos os
motivos, vencemos a urgência e o curioso é que na nossa circunstância, como nessa frase, perder e vencer dão no mesmo. E é hora de ir embora do templo
que tão bem conhece as confissões de cada lágrima, a exclamação de cada frase que
nunca terminamos, a força dos anseios surpreendidos pela luz sorrateira que
só precisava de um movimento pra nos conduzir bruscamente ao fundo dos nossos
olhos. Aqui nos adoramos e aqui morremos, sem distinguir corpo e alma. Então
vai. Eu fico. Observo sua ausência devolver pouco a pouco a frieza do chão. De
repente, sem precisar me mexer, estou em um lugar sombrio, esquecida entre as piores ideias, cultuando o vazio. E é irônico lembrar que enquanto você esteve aqui, desejamos
apenas ser esquecidos para sempre. "Para sempre"... Você, que me
chamou de forte, sabe quantas vezes bebi deste analgésico? Mas hoje não. Hoje
eu preciso que alguém sinta minha falta. Hoje eu espero que alguém me encontre
deitada aqui.
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
domingo, 5 de agosto de 2012
Casualidade. Só hoje, a dois dias do meu aniversário de
dezenove anos, tive um encontro com esse deus. Por acaso nascemos. Por acaso
nos apaixonamos. Por acaso perdemos quem amamos. E interpretamos tão
equivocadamente o ciclo natural da vida. As coisas não são feitas para durarem.
“Até pra morrer você tem que existir”, repeti, há alguns dias. Mas pra existir, há que morrer também. Vida e morte caminham de mãos dadas o tempo inteiro. O
amor é vão, mas a dor é também. E amor e dor caminham de mãos dadas o tempo
inteiro. Você me traiu... Mas eu te traí também. E a gente segue. Juntos, mas
não de mãos dadas, até que o acaso nos separe.
E a vida segue.
E a vida segue.
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