Casualidade. Só hoje, a dois dias do meu aniversário de
dezenove anos, tive um encontro com esse deus. Por acaso nascemos. Por acaso
nos apaixonamos. Por acaso perdemos quem amamos. E interpretamos tão
equivocadamente o ciclo natural da vida. As coisas não são feitas para durarem.
“Até pra morrer você tem que existir”, repeti, há alguns dias. Mas pra existir, há que morrer também. Vida e morte caminham de mãos dadas o tempo inteiro. O
amor é vão, mas a dor é também. E amor e dor caminham de mãos dadas o tempo
inteiro. Você me traiu... Mas eu te traí também. E a gente segue. Juntos, mas
não de mãos dadas, até que o acaso nos separe.
E a vida segue.
E a vida segue.
É preciso seguir para que o passado comece a fazer sentido.
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