quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Estávamos rindo, eu e um querido desconhecido. De repente, o olhar. Meu Deus, é você! Meu inconsciente me traiu essa noite... Eu não me esquecerei disso. Mais nítidos que muitos, seus olhos sorriram pra mim na realidade alternativa.

Eu posso acreditar no que eu quiser.

sábado, 21 de setembro de 2013

Corujão 2011

Não fomos ao cinema ver um filme romântico no meu aniversário como você sugeriu, nem passamos a noite juntos dormindo como tanto planejamos. Mas pouco mais de um mês depois, separados por poucos metros e algumas cadeiras, assistimos a vários filmes e passamos a noite juntos, acordados, sob o mesmo escuro e assistindo à mesma tela, fria como o nosso amor, que é tão ilusório como minha forma de ver esse momento que nós (não) passamos juntos no expressivo diálogo do silêncio. Pode significar tudo ou nada, dependendo somente da interpretação de quem o escuta. Tudo acabou quando o vi saindo da sala de cinema de mãos dadas com alguém e recomeçou quando constatei que aquele não era você. Mas foi só chegar perto pra me sentir a quilômetros de distância. Você é bem mais real nas lembranças do que nunca aconteceu. Há alguns dias, eu havia ensaiado a forma intensa como te beijaria, pra compensar toda essa saudade. Impossível. Você é inacessível, não se deixa amar. E veja só: ainda assim, teimei.  

Achei esse texto hoje, arrumando coisas velhas. O escrevi no dia em que se passa a história, num papelzinho do Cine Sesi: "Obrigado por escolher nossos serviços. Ajude-nos a melhorar, deixando sua opinião."

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Não convidei Fulano, Cicrano também não vem
Essa é uma festa íntima, chamar alguém não convém
Prepare suas teias, Tristeza, percorra esse vazio
E abra a janela, que chove, e hoje eu vou sentir frio

A festa é pra que se aloje, porque é difícil assimilar sua volta e impossível fazê-la ir embora sem que queira. Só vai se quiser. Então fica, poxa. Tantos vãos vazios pra que escolha dormir seu sono apático e sem sonhos. Tanta nulidade aqui dentro. O pior dos males do mundo, a Esperança, aqui não se vê. Não há por que ir embora, Tristeza, abra as janelas e deixe chover. Melancólico, eu sei. Às vezes é difícil simplesmente dizer onde dói. Tem nome pra isso? Remédio que realmente dê jeito? Apenas está doendo, não sei como ou por quê. Não acho que alguém além de mim possa me tirar daqui. Mas eu chamo meu nome, peço socorro e não venho me ver. Ellen? Depressão? Despersonalização?

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Seu orgulho ferido te pegou desprevenido
E agora, meu amor, só se sinta arrependido
E agora, galeguinho, não devia ter traído
Tem essência nesse pranto?
"Eu te prometo"
Se você soubesse o quanto...
De verdade, eu só lamento

domingo, 8 de setembro de 2013

Eu hoje acordei quase em paz, apesar dessa dor em meu peito.
É só tomar um gole de sono e dormir, nos dias mais difíceis.
É só aumentar o volume ao nível máximo nos dias amenos.
Há magoas aqui dentro que prometem não passar tão cedo.
Mas pra ela perceber que estava errada não vai demorar muito.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

"E parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante."





domingo, 1 de setembro de 2013

Saudades amargas de viagens doces
Educando meus ouvidos pra não perder teus ruídos
Estudando sua língua pra compreender seus devaneios
Rebuscando suas palavras pra entender meus sentimentos
Encontrando na minúcia as origens desse amor
Estou vendo no espelho tua imagem de relance
Projetando na lembrança o que chamam de futuro
Procurando eu, encontrando você
Encontrando eu, procurando você
E vice e versa e verso