sábado, 21 de setembro de 2013

Corujão 2011

Não fomos ao cinema ver um filme romântico no meu aniversário como você sugeriu, nem passamos a noite juntos dormindo como tanto planejamos. Mas pouco mais de um mês depois, separados por poucos metros e algumas cadeiras, assistimos a vários filmes e passamos a noite juntos, acordados, sob o mesmo escuro e assistindo à mesma tela, fria como o nosso amor, que é tão ilusório como minha forma de ver esse momento que nós (não) passamos juntos no expressivo diálogo do silêncio. Pode significar tudo ou nada, dependendo somente da interpretação de quem o escuta. Tudo acabou quando o vi saindo da sala de cinema de mãos dadas com alguém e recomeçou quando constatei que aquele não era você. Mas foi só chegar perto pra me sentir a quilômetros de distância. Você é bem mais real nas lembranças do que nunca aconteceu. Há alguns dias, eu havia ensaiado a forma intensa como te beijaria, pra compensar toda essa saudade. Impossível. Você é inacessível, não se deixa amar. E veja só: ainda assim, teimei.  

Achei esse texto hoje, arrumando coisas velhas. O escrevi no dia em que se passa a história, num papelzinho do Cine Sesi: "Obrigado por escolher nossos serviços. Ajude-nos a melhorar, deixando sua opinião."

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