Não fomos ao cinema ver um filme romântico no meu
aniversário como você sugeriu, nem passamos a noite juntos dormindo como tanto
planejamos. Mas pouco mais de um mês depois, separados por poucos metros
e algumas cadeiras, assistimos a vários filmes e passamos a noite juntos,
acordados, sob o mesmo escuro e assistindo à mesma tela,
fria como o nosso amor, que é tão ilusório como minha forma de ver esse momento
que nós (não) passamos juntos no expressivo diálogo do silêncio. Pode
significar tudo ou nada, dependendo somente da interpretação de quem o escuta. Tudo
acabou quando o vi saindo da sala de cinema de mãos dadas com alguém e
recomeçou quando constatei que aquele não era você. Mas foi só chegar perto pra
me sentir a quilômetros de distância. Você é bem mais real nas lembranças do
que nunca aconteceu. Há alguns dias, eu havia ensaiado a forma intensa como te
beijaria, pra compensar toda essa saudade. Impossível. Você é inacessível, não se deixa amar. E veja só: ainda assim, teimei.
Achei esse texto hoje, arrumando coisas velhas. O escrevi no dia em que se passa a história, num papelzinho do Cine Sesi: "Obrigado por escolher nossos serviços. Ajude-nos a melhorar, deixando sua opinião."
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