Pensei que houvesse um pouco de alma em toda sua farsa, um pouco de verdade em todas as mentiras, mas você é velho demais pra acreditar no amor.... E eu era nova demais pra desacreditar. Hoje eu sei que perdi o jogo pra mim mesma. Você pode chorar como se fosse verdade, se declarar como se fosse poeta. Pode fazer tudo de novo, com aquela honestidade no olhar que eu nunca flagrei se desviando do meu. Pode escrever meu nome no mesmo lugar em que resta uma cicatriz se apagando pela força do tempo, esse que você subestimou, que julgou tão menor que sua "grandeza" (trilha de risada). E eu posso escrever sobre como você ensinou a uma criança que o amor não existe ao mesmo tempo em que pichava os muros da cidade clamando por ele e desenhando corações, posso falar que não adianta não comer os animais se você come suas mil mulheres como se precisasse se vingar de quem nunca te fez mal, posso, enfim, te dizer que se você morresse hoje eu não sentiria tristeza alguma. Eu posso cuspir todas essas verdades na sua cara e isso não mudará nada: seu cinismo se desmancha em lágrimas e continua intacto, como a cauda de uma lagartixa que sempre se regenera, enquanto a palavra amor pra mim não passará nunca mais de retórica vazia.

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