segunda-feira, 7 de julho de 2014

Nua por dentro

Dói uma dor anestesiada. Uma dor turva. Cinco da manhã. A insônia grita. Eu mal escuto o que quer que seja. Mas o fato de não dormir faz a noite não acabar. Sou a continuação do erro. Em carne viva e dopada pelo medo. Uma resposta? Aguardo-a nos sonhos. Vou pro mar. Não. É perigoso lá fora. Melhor trancar o medo em casa. O cansaço mal permite que os pés sintam o chão. O corpo não sente porque, acordado, dorme um sono sem sonho. A alma é que não suporta o próprio peso. Uma vida virada ao avesso numa noite, e nada faz sentido. Pensei ter visto seu desprezo ao ouvir de novo a palavra amor. Talvez eu possa aprender uma nova canção. Está doendo uma dor que não doía há muito tempo. Uma dor que não é minha: Atiraram em mim. Sou mágoa. Todos os dias tiveram um significado claro, mas o ontem que não quer passar não se revela. Qual é? Eu não me permito mais sofrer dessas dores que diminuem! Eu amo a dor - mas a que me faz crescer. O amanhecer é tão bonito que quase me distrai. Eu continuo pedindo ajuda às palavras.

Sou míngua.

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