segunda-feira, 7 de julho de 2014

Estou aqui de novo. É quarta-feira, véspera de um feriado que me pegou de surpresa. E me vieram as palavras, enquanto você foi a cozinha pegar um copo d'água e deixou o livro do Neruda comigo. Enquanto você retirou o violão da case e tocou alguns dos seus rocks. Você toca o mesmo riff várias vezes. Nesse meio tempo, eu sou só minha, ainda que sua. Estou aqui de novo, sentada na sua cama, de onde sempre me brota o suor. Hoje me brotam palavras. Sábado, olhar pra você me inspirou silêncio: A poesia era seu rosto e, por mais que eu te bebesse, restava muita sede. Estou aqui de novo. As palavras me envolvem, como a pele envolve um camaleão. Será que estou aqui, enquanto olho pro seu guarda-roupa e pouso o olhar sobre algo meu? Será que estou aqui, agora que você me olhou e eu não sei o que disse? Sua voz é sexy. Minhas pernas estão abertas. Será que estou aqui? Ou é a minha bolha que é transparente? Estou aqui de novo e meus pés se sentem à vontade nos seus lençóis. De repente, meus medos bobos de hoje são menores que os do ano passado. Crescer pode significar medos a menos. Às vezes, pode até ser bom. Não sei se estou aqui, mas estão aqui meus sapatos e seus lençóis listrados. E minhas unhas e sua caneta azuis.

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