sábado, 4 de maio de 2013

E como a mais ridícula piada, as primeiras gotas que saíram das minhas entranhas me fizeram imaginar a gargalhada satisfeita do destino, por me deixar presumir o que seria feito do meu sonho nos próximos minutos. Um sonho acalentado por tanto tempo, e que eu teria acalentado por toda a eternidade, começava a se desfazer diante dos meus olhos em forma de sangue. Em forma de dor. Dor viva que anunciava morte. Minhas mãos ensanguentadas marcaram no azulejo branco o primeiro dos dias de um vazio cruel. Sozinha gritando com as forças restantes por um socorro que nunca veio, que nunca viria. Desvanecendo de dor. E eu permaneci ali, não sei por quantas horas ou dias, desejando, até mesmo esperando morrer junto com meu filho. Esperando em vão e eu já devia saber. O pior castigo não era a morte, mas a vida que iniciava ali.
05-11-2011

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