Se não há tempo pra falar de nós, por que há tempo para
bobagens? Você estava bem na minha frente e meus olhos te procuravam
sem encontrar. Não respondi nenhum dos seus comentários banais só pra não ir
ainda mais pra longe. Ainda mais pra longe, mesmo na tua cama. Ainda mais pra
longe, mesmo te vendo chorar. Mesmo te abraçando, mesmo te beijando, mesmo tão
perto, tão e tão dentro... Mesmo assim você não me deixa entrar. E é como se eu ainda
estivesse parada na sua porta, com aquele olhar que você quase imita, quase
corresponde, quase pergunta. Mas você não pergunta. É que entre o quase e a resposta, há
um oceano de medos. Você me diz que são ondas. E que você gosta de ver as
ondas. Eu gosto um pouco mais de você. Mas e daí, não é? Se a gente junto dá no mesmo. Você mais esverdeado, eu mais
azul, o mar no meio-termo, a gente dançando a mesma música, tão mais silenciosa
e profunda do que todas as melodias e letras que um dia pretendemos fazer. É
bem verdade que nessa comunhão, não existe o tempo. Não existem as palavras.
Não há por que falar de nós. E as bobagens... São outras. São bonitas.
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